As arboviroses podem apresentar manifestações bucais. Nos casos leves, a imunossupressão é um fator predominante para o risco de candidíase pseudomembranosa oral. Assim como em casos graves é comum identificar o sangramento gengival por dengue.
Outro aspecto que vale ser citado é que pesquisas apontam que a dengue pode agravar as infecções odontogênicas, como mostra o relato de caso “Influência da dengue na infecção odontogênica”.
Ainda há pouco aprofundamento em relação aos sintomas de dengue na cavidade oral, mas entender esse tema é importantíssimo. Justamente por munir dentistas e otorrinolaringologistas de informações que possam indicar os primeiros sinais de dengue e, consequentemente, auxiliar o paciente de forma precoce.
Fique atento aos sintomas da dengue clássica e hemorrágica
Na dengue clássica, de acordo com a pesquisa, é possível notar em alguns pacientes a presença de alterações mucocutâneas, como eritema e crostas nos lábios e na língua, assim como pequenas vesículas no palato mole.
Além dos sintomas físicos, há estudos que registram interferências na cavidade bucal. Também notam-se lesões, como hiperpigmentação, vermelhidão da mucosa alveolar, edema e lesões maculopapulares no lábio inferior e na mucosa jugal.
Já na hemorrágica, a gengiva com sangramento é um dos sintomas mais comuns e acredita-se que está relacionado à trombocitopenia abaixo de 39.000/mm16.
Em relação ao manejo do paciente recentemente tratado, é crucial atentar-se à contagem de plaquetas, especialmente antes de fazer procedimentos mais invasivos, como harmonização orofacial.
Importância da anamnese
Na hora da anamnese, lembre-se de incluir perguntas sobre as doenças arbovirais e entender quando a pessoa as teve. O hemograma do paciente com dengue recém-diagnosticada é uma ferramenta importantíssima de acompanhamento para entender quando é oportuno realizar procedimentos, afinal, é fundamental que o dentista evite qualquer emergência no consultório ou complicações.